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sábado, 22 de agosto de 2009

Cultura Potiguar II: Entrevista com Rita Machado

Na postagem anterior, Cultura Potiguar: Mamulengos, citamos o filme "A gente se Ri" de Rita Machado. O filme retrata a brincadeira do "joão-redondo", como o mamulengo é conhecido aqui no Rio Grande do Norte.
Abaixo, uma entrevista com a Rita Machado, a idealizadora e diretora do documentário. Confira!

Blog: Rita, de onde surgiu a idéia de fazer um documentário sobre o teatro de mamulengo? E quais foram as dificuldades encontradas?

Rita Machado: A idéia surgiu quando cursava Radialismo durante uma disciplina (Produção em TV) e logo ganhou força e forma de projeto, agregando pessoas amigas que trabalharam comigo na produção.... O universo do João Redondo é surpreendente, dele poderíamos analisar desde as narrativas, as maneiras de falar a sociedade, o signo que é o boneco, as variantes da representação, ou seja, são tantas informações e que ainda não tinha sido explorado em forma de vídeo que não tinha como não embarcar nesse projeto... Além da cumplicidade dos mamulengueiro do Estado...da beleza que eles ensinam a gente...como não registrar isso!
Existem dificuldades em tudo que fazemos isso torna as coisas mais prazerosas... foi difícil chegar até eles (os mamulengueiros)...seja por empecilhos físicos como estrada e transporte como por contatos...era muito difícil saber onde eles moravam pois o Estado não tinha o endereço deles e partimos apenas com um contato que nos deram...e a parti desse contato ficamos sabendo de outro mamulngueiro que morava em outra cidade ...e assim por diante até chegar em todos eles.


Blog: O documentário tem um tempo de 17 minutos. Esse tempo curto foi um problema na hora de escolher o que seria colocado no vídeo? Teve coisa que você gostaria de ter colocado e não pôde?

RM:O tempo ficou com 17 minutos...a gente tinha mais de 8 horas de gravação e analisamos tudo...fala por fala... e entrou tudo o que a gente achou importante entrar ...tudo o que era relevante para se contar sobre a historia do teatro de bonecos do Rio Grande do Norte. Não foi um problema na hora da edição...e sim um quebra-cabeça cheio de surpresas...cheio de possíveis interpretações...cheio de significados. ..e acho que conseguimos montar direitinho...


Blog: Em entrevistas anteriores você cita que esses artistas – os mamulengueiros - não são reconhecidos pela sua arte. O mestre Chico Daniel, por exemplo, consertava sapatos para sustentar a família. O que falta para o mamulengo ser valorizado como parte da cultura potiguar?

RM.: Falta um apoio por conta dos nossos governantes. Falta eles perceberem o quanto valioso são os mamulengueiros e nossos artistas em geral. Falta eles entenderem o quanto essas pessoas têm a nos ensinar... Deveríamos escutar mais essas pessoas! Deveríamos ter projetos e incentivos para fazer com que essa arte que muita vezes é passada de pai pra filho vire o pão de cada dia deles...para que eles possam se dedicar e para que nunca morra!


Blog: Com o projeto já finalizado, qual a sua opinião: o teatro de mamulengo continua vivo?

RM.: O teatro de bonecos continua vivo é só olhar para o brilho nos olhos de quem tem a oportunidade de conhecer esse teatro maravilho!


Blog: Quais são seus projetos para o futuro?

RM.: Com o envolvimento nesse projeto montamos uma produtora chamada Fotogramas Cultura e Mídia...e tenho certeza que iremos continuar “amostrando” o que a gente tem mais de bonito para apresentar... e nunca esquecer da cultura popular do nosso Estado!

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