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Sonhos, pensamentos, textos perdidos. Tudo isso, na minha concepção, faz muito mais sentido se for compartilhado. Seja bem-vindo! =)

sábado, 21 de maio de 2011

Como sabemos que nos apaixonamos?

De repente essa pergunta começou a rondar meus pensamentos. Como sabemos que o outro tomou conta de nosso coração? De repente, nós, que não queríamos entregar nosso coração, nos vemos em uma sinuca de bico. Mas quais são os sintomas desse sentimento que nos tira de tempo?

Costumo achar que se não gostamos do outro de primeira é difícil gostarmos depois. Nunca me imaginei em um casamento arranjado, por exemplo. Está bem que pouco pensam nisso (risos), mas nunca me vi sendo capaz de gostar de outro com o tempo. Ou acontece na hora ou não é amor.

Mas a gente amadurece e vai mudando as nossas concepções. Até que aquele sorriso, um olhar diferente, um toque muda essa concepção. E a gente (que até então estávamos seguros de nossa ideia) nos flagramos ouvindo uma música e se lembrando do outro - independente de estarmos em uma época musical de nossas vidas - ou até nos lembramos do outro nos mínimos detalhes, copiando as piadas, o jeito de sorrir, de olhar...

E aí vem o ultimato: o ciúme. Aliás, ciúme não, demarcação de território! Ele que nos avisa, com seu calor na nuca (o meu ciúme se caracteriza por um calor repentino na nuca que vai descendo pela coluna, super louco!): "Lascou, já era". E sim, a paixão aconteceu. E agora?

domingo, 1 de maio de 2011

As cores da saudade


Hoje faz uma semana que vi meu avô pela última vez. Ele já não respirava, não falava. Nem muito menos abriu os braços para me abraçar estando com os olhos cheios d'água quando disse "Como você cresceu".

Meu avô não era apenas a pessoa mais importante do mundo pra mim. Ele era meu equilíbrio, minha força, mais do que meu pai. Quando recebi a notícia de que ele já não raciocinava e que o câncer (maldita doença) havia percorrido todo o seu frágil corpo fazendo ele esquecer dos nomes de amigos, filhas e ver coisas que não estavam lá, vi que o dia que mais temia estava chegando.

Meu avô batalhou sempre pra ser uma pessoa melhor. Foi um dos primeiros candangos. Chegou em BSB sem um tostão no bolso, tinha apenas a passagem de ida para aquela terra de poeira vermelha. Brasília nascia. E nascia meu avô também. Com apenas 22 anos, ele fez sua história lá. Fez supletivo, passou pra Economia na UnB, chegando a subsecretário de Educação. Batalhou, suou, sofreu, amou. Errou, mas acertou muito mais.

Reza a lenda que (reconhecendo aquela voz que falava comigo ainda quando estava na barriga de minha mãe) quando cheguei da maternidade e ele gritou meu apelido (Popó), eu virei minha cabecinha na direção de sua voz. Ele chorou de quase não conseguir me segurar.

Meu coração agora carrega um buraco. Não sei qual o tamanho dele, mas é o suficiente para saber que já não estou mais completa. Já tive vitórias depois que ele se foi. Mas sempre seguidas de lágrimas quando lembro que já não posso mais ligar pra ele e contar. Domingos vazios esses que o telefone não toca.

Ele faleceu sem dores. Notei que minha maior dor era vê-lo se queixando de dores horríveis e saber que ele já não raciocinava direito. Tratei de guardar na memória a imagem dele sorrindo, brincando... Meu avô nunca guardou a tristeza dentro dele, nem em seus últimos dias. Sempre tinha uma piada, uma brincadeira. Meus ouvidos guardaram a gargalhada dele ao contar um novo 'causo'.

Tratei também de guardar na memória suas últimas palavras... os últimos sorrisos, os últimos olhares. Os últimos conselhos.

Vô, sei que o senhor está bem. Não tememos, nosso amor é eterno. Até breve!